top of page

A imagem ao lado explica de maneira bem simplificada onde fica localizado o implante coclear, o processador de som, os feixes de eletrodos que são introduzidos cirurgicamente na cóclea e que exige precisão do médico otorrinolaringologista para que se obtenha sucesso.


Mas o que poucas pessoas sabem é que essa tecnologia nem sempre é indicada para todo tipo de surdez e isso porque essa possibilidade somente é considerada pelo médico quando a resposta com os aparelhos auditivos já não são mais um opção.


Outro ponto é que se trata de um processo longo que não se limita a cirurgia. Quando se decide pelo implante é preciso estar ciente da nova realidade que será instalada e que é muito diferente da realidade com os aparelho auditivos.


Se por exemplo a pessoa ainda tiver algum resquício de audição por menor que seja, na cirurgia será totalmente extinto. O resíduo auditivo irá desaparecer por completo e sem o uso do implante a surdez é total. Ou seja a pessoa passa a depender totalmente dos implantes para poder ouvir e entender o sons, agora imagine se o processador da problema e precisa ir para o conserto? Imaginem a agonia que deve ser ficar sem.


É um trabalho em conjunto entre otorrinolaringologista, fonoaudiólogos e psicólogos. O primeiro realiza o procedimento cirúrgico, o segundo ajusta, mapeia os implantes e o terceiro contribui para que a pessoa não se cobre demais em ouvir ou mesmo fique atordoada porque ficará 30 dias após a cirurgia sem ouvir absolutamente nada e não crie expectativas demais quando a ativação ocorrer.


Não se trata de ir a uma clinica escolher como os aparelhos auditivos, pois, não é tão simples. Além disso é uma tecnologia cara que nem todos tem como arcar financeiramente. Os aparelhos auditivos já são considerados caros justamente porque não são nacionais e o implante coclear está na mesma faixa e por ser mais delicado em relação a sua construção tecnológica acaba sendo seu valor incompatível com o que a maioria pode pagar.


Diante disso temos o SUS - Sistema Único de Saúde que arca através do uso de dinheiro publico arrecadado dos impostos que pagamos diariamente todos os anos para cobrir o aparelho, a cirurgia, manutenção e acompanhamento fonoaudiólogo. Incrível não?


Graças ao SUS - Sistema Único de Saúde fundado em 1988 diante da maior crise de saúde publica do país, que hoje podemos disfrutar da possibilidade de obter os implantes cocleares e também os aparelhos auditivos. Importante lembrar que somos o único país do mundo que conta com um sistema público de saúde gratuito e sem custos a população. Em outros países tudo é custeado do seguro que a pessoa geralmente tem e do próprio bolso.


A demanda é grande no Brasil e tem muitas pessoas que estão aguardando a oportunidade de realizarem a cirurgia e isso requer paciência para saber esperar a hora em que será de fato chamado.


Abaixo deixo o arquivo de presente para baixar que contém todas as informações de indicação, contra indicação, etapas e todo o processo dentro do SUS.


diretrizes_gerais_atencao_especializada_pessoas_deficiencia_auditiva_SUS
.pdf
Download PDF • 787KB

Psicóloga Josiane

CRP - 06/161457-SP

Surda Oralizada

Usuária de Aparelhos Auditivos Bilaterais


10 visualizações0 comentário


Quando iniciei como psicóloga com atendimento voltado para surdos. Realizei uma pesquisa para ver quantos profissionais atuavam na área e vi que muitos, mas no formato de atendimento em Libras que é super importante. Mas e os surdos oralizados? Eu sou surda oralizada e não encontrei um profissional que atuasse nessa demanda. Quando entrei para o grupo da @cronicasdasurdez no Facebook pude acompanhar as histórias e o sofrimento psíquico em relação a surdez.


E foi aí que resolvi unir forças com quem já é grande como a @cronicasdasurdez para somar. Eu como surda oralizada e ciente de todos os impactos que a surdez traz ao emocional e ao social de quem convive com essa condição abri este perfil e que de longe eu não imaginava que pudesse fazer a diferença.


Hoje somos uma família de 900 pessoas em sua maioria de surdos que acompanham e esperam ver informação e acolhimento. Esse é o propósito. Nesse percurso atendi vários surdos e os vi se libertando do armário da surdez ao passo que viam através da minha própria vivência que era possível e ainda o é.


Mas você que é psicólogo e deseja unir forças para atender esse público eu te dou algumas dicas abaixo, corre pegue 🖊 e papel ou mesmo guarde no notes do celular pra nunca esquecer:


✔ utilize ferramentas com acessibilidade que contenham legendas ao vivo.


✔Seu local de atendimento seja presencial ou online precisa estar bem iluminado para que se possa realizar a leitura labial.


✔ Sempre pergunte se seu tom de voz está confortável para que o mesmo possa ouvir bem através das tecnologias auditivas que utiliza.


✔ Caso no meio da sessão a bateria acabe aguarde o mesmo colocar novas pilhas ou baterias 🔋 para dar continuidade.


✔ Treine seu comportamento para evitar colocar as mãos na frente da boca porque nós como surdos oralizados realizamos leitura labial complementando as tecnologias auditivas que não fazem milagres mas são vitais para nossa sobrevivência em um mundo 🌎 cheio de sons.



10 visualizações0 comentário

Essa é uma queixa extremamente comum nos casos de perdas auditivas leves e moderadas, por exemplo. A articulação e pronúncia das palavras emite sons de variadas frequências (dos graves aos agudos) e intensidades (mais baixos e mais altos). Isso faz com que a pessoa com perda auditiva possa ouvir alguns elementos das palavras e não outros. Nas pessoas com SURDEZ LEVE ou SURDEZ MODERADA para sons AGUDOS (quando muito comum), acontece de se ouvir alguns elementos das palavras (as vogais) e não ouvir outros (as consoantes). Por exemplo: na palavra “faca”, se você não ouve o F, você fica sem saber se ouviu faca ou vaca. Na verdade, o problema está nos detalhes que NÃO SE OUVE, mas que dão sentido às palavras e as frases – sem esses detalhes, o entendimento vai por água abaixo. Afinal, qual é a solução? Reabilitar a audição com aparelhos auditivos e implantes auditivos.


Por que eu escuto mas não entendo?


A fala é composta pelos sons das vogais (a, e, i, o, u) e das consoantes (s, ss, f, ch, c, t, v…). As vogais têm sons de frequência mais grave e volume mais alto, enquanto as consoantes tendem a ter frequências mais altas e volumes mais baixos, especialmente em vozes femininas e muito finas. E grande parte das perdas auditivas costumam causar uma perda mais séria nos sons agudos (os das consoantes) do que nos graves. Portanto, nesse cenário de uma perda auditiva nos agudos, a pessoa acaba ouvindo as palavras apenas em parte, ouvindo mais as vogais e menos as consoantes. Para exemplificar, veja as palavras no quadro abaixo. Na primeira coluna está a palavra que foi dita. Na segunda coluna, o que a pessoa conseguiu ouvir da palavra segundo a sua perda auditiva e o volume que foi dita. Na última coluna, estão os sentidos possíveis para o que a pessoa ouviu. E assim que começa todo o problema. Uma perda auditiva pequena pode fazer perder apenas uma letra, mas aí corre-se o risco de perder a palavra, a frase e por fim, o sentido. Assim, o “ouvir, mas não entender” surge do que não se ouviu, sendo portanto resultado de algum grau de surdez.




Dr. Luciano Moreira – Otorrino Especialista em Surdez – Rio de Janeiro – Cirurgia de Ouvido, Nariz e Garganta


Texto extraído de https://portalotorrino.com.br

6 visualizações0 comentário
Blog: Blog2
bottom of page