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Violência doméstica e a surdez



O Brasil é conhecido por ter o maior índice de violência doméstica cometida contra mulheres diariamente. Em 2015 foi lançado o Mapa da Violência o primeiro com registros estatísticos que quantificam e deixam claro como é difícil ser mulher em nosso país. Os dados desse Mapa foram atualizados em 2018 clique aqui para acessar.


Agora pense esses números multiplicados quando se trata de mulheres surdas que também sofrem violência psicológica, física, sexuais de seus parceiros que se veem no direito de agredir para conseguir submissão.


Essa história remonta há séculos e o patriarcado existente em nossa cultura de forma enraizada dificulta o combate e a eliminação desse tipo de postura em sociedade que coloca como "normalizante, naturalizante" certos tipos de comportamentos por parte da grande maioria dos homens que são ensinados desde de pequeno que mulher é um "ser inferior".


Não bastasse todo esse histórico citado acima ainda contamos com uma politica publica de atendimento a vitimas "DEFICIENTE" em muitos sentidos. Falta psicólogos em delegacias para receber essas vitimas, faltam interpretes de libras para os surdos que usam a língua de sinais, falta empatia e conhecimento sobre a existência de mulheres SURDAS ORALIZADAS e falta delegadas mulheres liderando as chamadas delegacias para denuncias contra a violência praticada.


Mesmo com muitos avanços como a lei Maria da Penha, a criação de delegacias voltadas para este tema, assistência e amparo para devolver dignidade a estas mulheres vitimas, ainda falta muito por parte do Estado, da população em sentido de conscientização e conhecimento de que a MULHER NÃO APANHA PORQUE GOSTA e sim porque seu EMOCIONAL já está tão abalado que e a mesma passa a acreditar que tais palavras ditas por seu companheiro são "VERDADES", o que contribui para que a mesma ache que "MEREÇA" ser tratada dessa forma.


Sem falar na VERGONHA tanta da família como da sociedade que JULGA sem piedade aquela que diante de um ato de violência não consegue denunciar seu parceiro as autoridades para que o mesmo seja enquadrado na lei. Já pararam para pensar nos filhos desse lar repleto de comportamentos de violência? Como fica uma mãe que diante da necessidade de denunciar ou recuar por ser dependente financeiramente desse parceiro?


São questões a se pensar, porque é fácil julgar, mas é preciso lembrar que o primeiro ato de violência não se inicia de forma física e sim de forma psicológica com uso de palavras que humilham, inferiorizam e diminuem a parceira diante dos filhos, dos amigos e da família.


Parece simples denunciar, mas não é quando de forma inteligente seu parceiro mina sua autoestima, sua força, seu emocional para só então partir para a violência física de fato. De qualquer forma denunciar é importante, mas mais ainda é ter apoio nas delegacias especializadas nesse tema tão complexo.



Psicóloga Josiane

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